domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pensamentos 14

Desde sempre me ensinaram que a esperança é a última a morrer... é pena!
Vezes há em que seria melhor que ela morresse logo no início e nos poupasse do martírio da espera de algo que não acontecerá jamais. Mas nós ainda acreditamos e, enquanto o fazemos, vivemos agarrados a uma esperança que nos impede de seguir o nosso caminho, que nos impede de prosseguir a nossa vida.
Então esperamos... esperamos na esperança deter o que desejamos... de ter o que já tivemos! E, enquanto esperamos, sofremos... perdemos oportunidades... deixamos de viver...
Desde sempre me ensinaram a ter esperança, mas ninguém me ensinou o que fazer para não ter esperança nenhuma... Não me recordo de nenhum momento da minha vida em que tenha sido feliz por apenas ter esperança... simplesmente por a ter... acho que isso não faz, por si só, nenhum ser humano feliz. Pelo contrário... enquanto a têm muitos sofrem e sofrem muito ao longo de tamanha espera.
Nestes últimos dias tenho tentado alimentar a esperança de que um dia consiga não ter esperança alguma... talvez não consiga... (porque) tenho esperança!
Pois é... o sofrimento, por muito que não queiramos, faz parte da vida de cada uma das pessoas. Muitos falam de um sofrimento interno, continuado, profundo a que chamam de angústia existencial. Parece que por percebermos que existimos e que a nossa existência é finita sofremos por não encontramos razões claras e concretas para a existência humana... deve ser a isto que se chama de dúvidas existências.
Afinal existimos porquê e para quê? Será que é para descobrirmos que existimos e sofrermos com isso? Não faço ideia! Apenas percebo que sofremos... e que acabamos por sofrer mais quando agimos pensando sobre os motivos que nos fazem sofrer... nesse caso, deduzo, que a única forma de ultrapassar o sofrimento é aceitando-o ... deixando de o considerar um estado anormal da nossa vivência, mas antes algo que dela faz parte... e, se o aceito, como fazendo parte da vida então não faz assim tanto sentido pensar nas suas causas... tanto mais que saber a causa de um problema não é sinónimo da sua resolução... e não pensando recorrentemente nas suas causas, acabamos por sofrer menos!... sofremos porque pensamos... e nesse caso devemos ser inteligentes e pensar menos! Isso mesmo... pouco inteligentes são aqueles que pensam de mais... porque se mais pensam... mais sofrem!
Achavam que ter o cérebro mais desenvolvido do mundo animal nos trazia só benefícios? Nesta questão eu penso... quer dizer... não penso nada...
Heloísa Coreixo

1 comentário:

Anónimo disse...

Que perspectiva fantática de encarar a esperança...e não é que tem alguma razão! Gostei muito!!!

C.C.