sábado, 24 de janeiro de 2009

Travessuras sim, mas sem exagero

TRAVESSURAS SIM! MAS SEM EXAGERO!

Vou contar-vos uma história
Que passou pela minha memória
Era eu pequenina...
(Talvez da vossa idade)
Sim, agora já sou velhinha
O que não é nenhuma infelicidade!

Ia eu a dizer
Que quando era pequenina
O que me dava alegria
(Fosse de noite ou de dia)
Era fazer uma travessura
O que me valeu
Uma ou outra descompostura...!

Como estava a contar
Era eu da vossa idade
Não havia dificuldade
Se dava para a brincadeira
Pois, o que é a vida
Se não pudermos dar umas risadas?

E era disso que eu queria falar
Aos meus queridos netinhos
Que me estão a aturar!

É que quando eu era pequenina
Não havia dia
Em que não pregasse uma partida
Fosse ao pai, à mãe ou aos meus quinze irmãos!

E numa dessas alturas
Quando estava com ela fisgada,
(Tinha levado uma descompostura de metro e meio
Há uma semana atrás)
Mal saí do meu castigo
Estava tão irrequieta
Pois imaginem só
O que é estar uma semana
Sem poder fazer maldades!

Ora, como dizia
Não aguentava mais
E ao sair de casa
Vi o meu irmão mais novo
Que ia passear as ovelhas
Sim, como vocês sabem,
Tínhamos uma grande e lindíssima quinta
Para os lados do Mondego!

Contava eu,
Que vi a pobre criança
(A minha próxima vítima)
E tive que arranjar um plano!

Fui falar com o pequeno:
“Queres companhia?
Já não estou de castigo!”
A miniatura de gente
Aceitou muito contente
Mal sabia o que o esperava!

Fomos alegres pelo campo fora
Ora à conversa, ora cantarolando
E com ele fui brincando
Sem que desconfiasse
Que seria nas minhas mãos
Uma outra vítima
Pois pensava ele
Que depois de tal castigo
Era certo que me emendasse!

Então,
Quando chegámos a um sítio com ervinhas
Dissemos às ovelhinhas
Que ali deveriam comer!
Mas qual não foi o espanto do pequeno
Quando eu lhe disse
Que igualmente devia fazer!

Com um sorriso nos lábios
Olhou para mim dizendo:
“Sei que é outra brincadeira
Mas nessa não vou cair,
Pois se a mãe sonha com isto
Não voltarás a sorrir!”

Surgia então uma ameaça!
Parecia que a criança
Tinha aprendido comigo!
Mas seria então possível
Se era ele a vítima
E eu a má da fita?

Foi a partir daí
Que eu decidi
Nunca mais pregar partidas!
Aprendi uma lição:
Nunca devemos ser tão maus
Ao ponto de parecer
Que não temos coração!

Assim,
Ao fim do dia
Voltámos para casa.
Ninguém saberia
O que se tinha passado
Foi o combinado!

Por isso,
Meus netinhos
É preciso que percebam
Que não é bom ser-se mau
(Se é que me faço entender!)
Vamos tentar ser bonzinhos
E assim seremos mais felizes
Do que com as travessuras
Que, lá por terem esse nome,
Também são saudáveis,
Quando são feitas com peso e medida!

E com esta história
Quero que me prometam:
TRAVESSURAS, SIM!
MAS SEM EXAGERO!
Desconheço o autor

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