domingo, 28 de dezembro de 2008

Não devia ter-te deixado partir.

Quando decidimos parar de tentar pareceu-me a coisa certa a fazer.
Já não éramos os mesmos. Os dias já passavam bem sem a tua presença.
Já não me ligavas de madrugada para me dar um beijo e me fazer rir. Eu já não te mostrava o céu e o mundo.
Pareceu-me.
Pareceu-nos.
Pensámos que não era justo continuar por hábito.
Pensámos ser hábito, já não amor. Pensámos ser necessidade, já não paixão.
Pareceu-nos errado prendermo-nos a algo que já não encontrávamos.
Era a coisa certa a fazer.
E eu nunca me arrependi tanto.

Hoje vejo como estava enganado.
E não podia estar mais arrependido. De te ter deixado ir, assim.
É como se te tivesse mostrado a porta de saída.
E tu saíste.
E quando partiste despedaçaste-me.
Levaste contigo partes de mim que me fazem falta para poder respirar.

Descobri que o que nos fazia falta ainda lá estava.
Que era só preciso um empurrãozinho para nos darmos conta.
Será que deste conta? Depois de nos termos empurrado para longe um do outro…
Será que também te arrependeste?
Será que viste como eu o quão errados estávamos?
Será que viste que afinal ainda somos os mesmos?
Que só nos tínhamos esquecido por um bocado?

Não sei se reparaste.
Não voltaste para me dizer.

Tentei esquecer-te. Passar à frente.
Tentei admitir que pudesses mesmo pensar que tinhas tomado a decisão certa. Tentei.
Não consegui. Fiquei só.
Depois procurei-te.
Não te encontrava.
Procurei-te em todas as mulheres.
Um pouco de ti, nem que fosse.
Um mexer no cabelo. Um olhar. Um toque. Um sorriso.
Difícil de igualar.
Eras tu com quem eu estava quando estava com elas.

Será que é tarde?
Será que ainda pensas em mim?
Será que alguma vez paraste de pensar?

Disseste-me uma vez que havia muitos grãos de areia numa praia.
Vou procurar-te em cada praia onde for.

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