domingo, 28 de dezembro de 2008

Rosalinda: a águia mágica

Era uma vez …
Uma pequena cidade num país muito distante.
Nesta cidade havia uma linda e grande águia que morava numa linda gaiola dourada.
Era uma águia diferente.
O seu nome era Rosalinda! Era portentosa e belíssima, as suas asas eram enormes e as suas penas cheias de brilho.
Antes de morar nesta cidade, Rosalinda era uma águia livre. Voava noutras terras … perto do mar!
Lá, voava alegremente sobre as árvores, passeava com à vontade normal de quem se sente contente e espontânea, era uma vida em natureza, saudável sobre todos os aspectos. Rosalinda era uma águia feliz!
O seu esplendor reflectia-se em tudo, vivia num lindo lugar natural que a inspirava.
Até que um dia, Rosalinda foi capturada e aprisionada, sendo que a sua casa passou então a ser uma grande e linda gaiola dourada numa terra, longe do mar, e longe da vida que era a sua até então.
E foi desde aí que se começaram a notar nela várias diferenças. Rosalinda, aprisionada naquela linda gaiola dourada, tornou-se uma águia triste.
A sua vida não tinha mais sentido.
Dormia durante todo o dia alienada. Acabava por fazer pouco exercício pois o tamanho da sua gaiola não permitia grandes ousadias, não sentia o vento bater-lhe, não sentia o sol nem o cheiro da fauna e da flora. Mas, quando a noite chegava perdia o sono, e sem mais nada para fazer, por puro aborrecimento, chiava, soltando sons como fazia quando era uma águia livre. Com o seu canto vinham as lembranças das outras terras e do mar e daquilo que foi a sua infância.
Rosalinda não sabia que o seu canto era mágico e os poderes que dele resultavam. Transformava-se em alegrias, lembrando as cores do seu antigo lugar.
A música vinda da saudade de Rosalinda, espalhava-se na noite e entrava por todos os lados … pelos buracos das fechaduras, por debaixo das portas, pelas frestas das janelas, enquanto a gente daquele lugar dormia. A melodia do canto de Rosalinda tinha o dom de modificar o sonho das pessoas.
E aqueles que sonhavam com coisas terríveis, ao ouvir a música esqueciam os pesadelos.
Tudo se transformava…
As cores da melodia da música de Rosalinda, vinda da saudade de outras terras e do mar, coloriam todos os sonhos. E a gente daquele lugar acordava feliz para mais um dia.
Até que um dia tudo se alterou. Uma noite, a sua melodia acordou um pequeno menino…Então o menino percebeu que a melodia não fazia parte do seu sonho, que aquele choro existia de verdade…
Correu a chamar seus pais, e juntos, percorreram aquele pequeno lugar na direcção do canto de Rosalinda e pelo caminho foram acordando todos os seus vizinhos e amigos…
Já toda a população estava acordada quando no alto de uma casa, no parapeito de uma grande janela, avistaram uma linda gaiola dourada, que brilhava ao luar…
Todos juntos, à porta daquela casa exigiram a libertação de Rosalinda para que ela pudesse voar e alegrar os sonhos de todas as pessoas do Mundo…
E foi na altura da libertação da Rosalinda que toda a população daquela pequena cidade em coro gritou:
- Voa, voa livre! Voa! És uma águia e o teu habitat natural não é uma gaiola! Sê livre e feliz! Voa! Voa…!
E a águia embora confusa, não querendo acreditar no que lhe estava a acontecer voou maravilhada de volta à realidade, um pouco trôpega de início, levando a velha frase de sabedoria popular avante “quem sabe nunca esquece” voou rápida e esplendorosamente como o tinha feito antes e voltou para sua casa, para junto do mar, para o seu espaço natural.
Nas suas viagens o seu chiar levará sempre a melodia que alegra os sonhos dos homens…
Conto cantado, o conto está acabado!
Dinis Gorjão - Janeiro 2007

4 comentários:

Anónimo disse...

Lindíssima...Sabes a lição que tiro desta história!? A nossa vida é como a vida de "Rosalinda"...um tempo indefinido, marcado por momentos/sentimentos de "prisão" e de "liberdade"; de tristezas e de alegrias; de momentos difíceis e de momentos simples...de pessimismo e de esperança!!! ESPERANÇA em dias melhores...ESPERANÇA é a magia de "Rosalinda" e das nossas vidas!
Parabéns...está fantástica! :)

C.C.

Anónimo disse...

recebi o teu mail e fiquei curiosa, como pessoa que tambem escreve, para saber que tipo de escritor és tu.
Gostei da historia, mostra a tua imaginaçao.. porem, nao leves a mal, mas ha algumas expressoes meio abrasileiradas e algumas coisas a melhorar.
Fico a espera de ler mais textos.. beijinho, pipa

Anónimo disse...

recebi o teu mail e fiquei curiosa, como pessoa que tambem escreve, para saber que tipo de escritor és tu.
Gostei da historia, mostra a tua imaginaçao.. porem, nao leves a mal, mas ha algumas expressoes meio abrasileiradas e algumas coisas a melhorar.
Fico a espera de ler mais textos.. beijinho, pipa

Dinis Gorjão disse...

Olá pipa, há sempre coisas a melhorar.
Não tou a ver, porém quais são as expressões que achas abrasileiradas, vou querer também textos da tua autoria. bjoca