quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Silêncio de Vidro

Bastou aquele gesto
Da tua mão tocar tão docemente a minha
Pra nascerem raízes
Que me prendem à terra e me alimentam
Nas horas mais vazias.
Bastou aquele olhar
-O teu olhar tão brando, prolongando-se um pouco sobre o meu –
Para iluminar as noites em que a lua se esconde
E a escuridão envolve um mundo sem sentido.
Bastou esse teu jeito de sorrir,
Um sorriso em que vejo despontar a confiança
Na vida não vivida, nas emoções ainda não sentidas,
Nos passos que ressoam noutros passos.
Bastaste tu.
Maria Eugénia Cunhal

1 comentário:

Anónimo disse...

É lindo este poema. Muito forte.
Gostei muito.

ESIR